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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O QUE OS MESTRES DA POLÍTICA TÊM A NO ENSINAR SOBRE FALAR OU SILENCIAR?


"Para Gracián, no mundo da política a palavra reina, mas a realização é sempre mais modesta"

Esta advertência de Gracián, é muito apropriada, sobretudo para o mundo da política, onde a palavra reina e a realização é sempre mais modesta. Por maior que seja o talento do político, a sua excelência oratória e as sutilezas de seus raciocínios, palavras sempre serão palavras. Como tal, estarão sempre sujeitas a contestações também por palavras.

Por outro lado, aquilo que pode ser visto e demonstrado na prática, se impõe a qualquer um como verdade. O político prudente nunca permite que suas palavras se afastem demasiadamente de seus atos. Nem no que diz respeito ao seu comportamento e valores, nem tampouco no que se refere ao seu desempenho político e administrativo.

Além disso, ele deve criar um hábito que venha a se tornar uma disciplina intelectual e uma regra de discussão entre seus auxiliares: respaldar ideias e propostas em fatos. Como diz o mesmo Gracián:

“As palavras são as sombras dos atos. Os atos são a substância da vida, e palavras sábias o seu adorno”

Um dos estereótipos mais comuns aplicado aos políticos é o que o apresenta como um indivíduo de palavra fácil, de oratória pomposa e vazia, manejando ardis verbais e uma argumentação incansável. É o “bem falante” o “bom de papo”, na irreverente linguagem popular.

Por trás deste estereótipo, entretanto, há boa dose de verdade.

O político, muitas vezes, se deixa enganar por sua própria arte de falar, esquecendo-se que as palavras, para manterem o seu valor, precisam ser respaldadas por atos e fatos. Esta advertência serve para a publicidade política também. A propaganda feita sobre um fato, uma realização, é sempre mais confiável para o cidadão do que aquela outra, construída sobre intenções e declarações.

Na propaganda, o fato e a sua imagem, falam por si mesmos, e falam com muito maior força e eloquência do que o melhor dos discursos. De forma análoga, quando há uma acusação ou uma denúncia, dispor de um documento que pode comprovar a falsidade dela é incomparavelmente mais forte do que qualquer declaração pessoal, testemunho, ou argumento, desacompanhados de uma evidência factual ou documental.

Como então ser reservado?

Se a reserva, o cuidado com o falar são tão decisivos para o político e governante; se, por outro lado, trata-se de um erro tão frequente, tão comum, tão presente em todas as épocas históricas, como então vacinar-se contra este mal? Como evitar os erros de falar? Como enfim conseguir ser reservado?

Falaremos sobre isso em breve....





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